quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Mosaico sobre fé e razão (mistura de Aquino, Chesterton, Lewis e Agostinho)

Por que ensinar a Fé cristã?
Três coisas são necessárias para a salvação do homem: saber o que deve crer, saber o que deve desejar, saber o que deve fazer. Ensinar alguém para trazê-lo à Fé é tarefa de todo e qualquer pregador, e até de todo e qualquer crente. Por isso, a importância estudar a Palavra e a apologética cristã. Devemos pedir ao Senhor que nos dê agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir nosso entendimento da Palavra.

Por que aprender a Fé cristã?
Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe: outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é amor. Aprender do Evangelho serve para edificação, tanto dos cristãos como, principalmente, dos que não conhecem a Cristo, que lhes justifica. Pregar o Evangelho é demonstrar prudência e amor!

A Fé cristã anula a razão?
Tornar-se cristão não significa deixar de pensar, mas que se aprende a pensar, a partir dos mistérios de Deus. Não podemos ser fideístas, que crêem que a fé anula a razão; e, muito menos, racionalistas, que crêem a razão humana sustentar todas as coisas. Deus criou ambas para se complementarem.

A Fé e a ciência se excluem?
Hoje em dia, com o cientificismo, o homem perdeu a capacidade de admirar e de sentir o mistério das coisas, reflexo do mistério de Deus. A ciência diz explicar tudo, e anula todo o mistério, com seu conhecimento raso e superficial. Em relação ao racionalismo científico, eis o que diz Chesterton: «Assim como tomamos o círculo para o símbolo da razão e da loucura, muito bem podemos tomar a cruz para o símbolo do mistério e da saúde. O budismo é centrípeta, mas o cristianismo é centrífugo: jorra e se expande. O círculo é perfeito e infinito por natureza, mas ele está para sempre amarrado a suas dimensões, não podendo crescer ou diminuir, já que na sua definição o raio é constante. Mas a cruz, embora tenha no centro uma colisão e uma contradição, pode sempre estender os braços sem modificar sua forma. Pelo fato de abrigar um paradoxo em seu centro, a cruz pode crescer sem mudar. O círculo volta-se sobre si mesmo como prisioneiro. A cruz abre seus braços aos quatro ventos e serve de marco indicador aos viajantes livres.»

A Cruz nos abre o horizonte, inclusive para a ciência. Assim, cremos para entender e entendemos para crer. O Cristianismo é como um sol: através dele vemos todas as coisas. Cremos no Cristianismo assim como cremos que o sol nasce todos os dias; não por que podemos vê-lo, tão-somente, mas porque, através dele vemos todas as outras coisas.

Dessa forma, a Palavra de Deus é ponto de partida para entendermos o mundo e, verdadeiramente, começarmos a pensar e reflexionar sobre a nossa vida! Essa é a verdadeira ciência e filosofia (amor à Sabedoria)!

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